quarta-feira, 25 de março de 2009

Sequestro-relâmpago

Lamento informar aos amigos do Guto (e meus, por tabela) que sequestrei o blog em sinal de protesto. Contra a minha vontade, o início do nosso namoro foi associado a uma música breguíssima!!! Como eu, Greta Lemos, vocalista de banda de Heavy Metal, soprano do coral da PUC, posso ser associada a algo assim? Enfim, por mais que o amor nos deixe completamente bobos e inconsequentes (a ponto de se atravessar um oceano para encontrar um gaúcho italiano disfarçado de alemão) eu quero encontrar uma forma de fugir desses clichês e mostrar para todos a minha interpretação sobre a nossa história: algo assim, surreal, inesperado, que não se sabe bem como começou ou como (e se) vai terminar um dia, cheio de aventuras e surpresas a cada momento...




Essa sim é uma obra de arte! Tanto a música quanto a letra conseguem chegar muito próximo (mas não expressam completamente) do que eu sinto por este guri, uma mistura de "aupair", judoca, jornalista famoso, jogador de futebol... e que ainda está se revelando um grande amigo e o melhor namorado que eu poderia querer...

Ok, agora para os meus queridos amigos que estão no Brasil se perguntando "por onde anda a Greta, que sumiu do msn?" Estou muito feliz aqui em Trebbin (Alemanha), não virei "escrava branca" nem resolvi virar dançarina brasileira em Amsterdam. *risos* Fui muito bem acolhida por uma família linda que, de quebra, nos emprestou seus dois membros mais jovens para que Guto e eu pudéssemos "brincar de casinha" sem faltar nada. Vejam que família bonita seríamos, não?


Nesta última foto só o Karl aparece porque o Leo (cinco anos) foi o fotógrafo. Menino cheio de talentos, além de ser um amor...


Aqui, pose do Karl só pra deixar todo mundo "babando" pelos lindos olhos azuis dele...

Além da família Weitz, fomos recebidos por uma dupla fantástica para uma "almojanta". Carlos e Maud são amigos muito queridos, o Carlos era vizinho da família antigamente e, apesar de ter se mudado, ainda mantém um contato muito próximo. Foi uma noite de muitos risos e trocas (Carlos fala português que aprendeu em Moçambique) regada a vinho e música. Espero que ainda nos encontremos mais algumas vezes antes de voltar.


E ontem, terça-feira, eu tive uma grande surpresa! Já tinha perdido as esperanças de que isto acontecesse, mas quando Guto e eu estávamos saindo pra pegar o trem até Berlim, começou a nevar!


Eu tinha visto anteriormente o post do Betinho avisando que "Europa não é essa moleza não". Mas eu resolvi ignorar o recado e vim, e descobri outras coisas que corroboram a idéia, inclusive que diversão dói. *risos* A neve é linda, mas eu definitivamente não estava preparada prá enfrentar o "frio europeu". Indiada por indiada (já que o casal aqui é sócio de carteirinha da Funai) não deixamos de ir para Berlim, apesar dos pés gelados e das roupas molhadas pela nevasca (que durou exatamente o trajeto de bicicleta de casa até a estação de trem). Aliás, acho que o Augusto está descobrindo que namorar também não é moleza: ele me levou na "boléia" da bike o trajeto inteiro até a estação, que dava uns 20 minutos de pernada, abaixo de neve, na maior raça. Pena que não tinha ninguém pra fotografar ou filmar a cena. Mas não vou esquecer nunca do que vivemos naqueles minutos, foi um dos passeios mais lindos e surreais que já fiz na vida...

Ok, não foi tão relâmpago o sequestro do blog, mas eu tinha que mostrar essas coisas lindas que estamos vivendo aqui. E o quanto eu ando boba de tão feliz com tudo isso. E, por fim, mesmo caindo num dos clichês desse sentimento tão sublime que justifica a nossa existência, empresto as palavras de Vinícius de Moraes para descrever o que eu espero para nós dois, aqui, no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo: "...que seja infinito enquanto dure".

sábado, 21 de março de 2009

Deus, Deus, Deus, você fez

* Texto escrito para Greta, dois meses menos um dia antes de ela vir me encontrar aqui na Europa.

Estou diante de Deus e digo:

- Eu fui um cara legal, amei sem limites, dei amor mais do que recebi, e não cobrei ninguém por isso. Cheguei na vida para transformar, e transformei. Deixei o mundo realmente mais alegre. Poderia ter feito mais se tivesse nascido no Rio. Mas fiz o que tinha que fazer. Eu mereço para toda a eternidade uma Greta!

Deus diz:

- De que jeito, Greta é nosso prêmio mais alto, a maior raridade do Paraíso. Você não fez por merecer tanto.

Eu digo:

- Abaixo da Greta, à minha altura, o que tem?

Ele coça o cavanha.

- Temos a Madre Tereza, mas ela está meio carcomida. A Maria quer permanecer virgem. Madalena não é flor que se cheire. Fora isso...

Ele me olha nos olhos, firme. Lê lá no fundo.

- A questão é que por mais que vocês se equiparem em alma, ela é muito mais linda que você!

- E se eu der uma malhadinha?

- Não dá tempo. Elá já está alcançando o Paraíso.

- Me dê dois meses menos um dia.

- Se você conseguir isso, ela é toda sua!

Eu fico contente. Olho as estrelas.

- Eu a amarei mais do que todos já a amaram. Todos juntos. E sei que o mundo inteiro a ama.

Deus caminha para lá e para cá. Alisa a barba. Fala.

- Confesso, eu gostaria de ter um affair com Ela, mas sei que ela não me quereria...

Eu olho Deus nos olhos. Sou maior que ele, porque tenho e recebo amor. O maior amor do mundo.

- Deus, meu chapa. Ela tem amigas...

Deus me dá um tapinha nas costas. Pisca para mim. Chora. Diz:

- Você ficando feliz, eu também fico!

- Se eu fizer a Greta feliz, ganho desconto para comprar terreno no céu?

- Também não abusa...

- Quem não arrisca não petisca...

Saimos os dois, abraçados. Eu, porque encontrei o amor da minha vida. Deus, porque ficou sabendo que amor existe de verdade.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Encontrando o amor - parte 2

Poderia citar aqui The Corrs, Gilberto Gil, The Dear Hunter e por aí vai, mas vou pela indicação no post anterior do Léo Foletto (um jornalista de música gabaritado, além de grande amigo)!





É brega, mas é a realidade.

Estou nas nuvens na Alemanha. Estava nas nuvens em Amsterdam até ontem. A história do pingüim do post anterior era atochação pura, como bem comentou o Gustavo.

Caros amigos, meu pinguinzinho é a Greta!





Linda, não? Eu digo, é a guria mais linda de todos os tempos.

E ao contrário do que o nome sugere, ela não é alemã. Nem russa, nem polaca, nem espanhola, como em Amsterdam acharam que fôssemos. Ela é gaúcha de Novo Hamburgo e mora atualmente em Porto Alegre.

Como nos conhecemos, estando eu aqui na Alemanha e ela onde eu estava antes de vir para cá (destino doido!)? É uma longa história. Eu a contaria com prazer, mas a Greta está me chamando agora. Já vou, amor.

Greta quer dizer "margarida", em alemão. Com ela vou poder dar rosas e dizer "flores para uma flor", sem ser tão clichê.

Ela enche meu coração de felicidade aqui pelas próximas duas semanas, quase três. Depois volta para o Brasil e eu vou ficar escutando Zezé de Camargo e Luciano e chorando a saudade.

É isso. A partir de agora, encabeço o time dos "namorandos". Com muito orgulho!

terça-feira, 10 de março de 2009

Encontrando o amor - parte 1

Quando um cara solteiro, 20 e poucos anos, resolve juntar suas trouxas, vestir seu pala e ir de mala e cuia para a Europa, certamente está com muitas expectativas. Liberdade, para ser mais exato, é a palavra que remete à expectativa.

Assim embarquei no avião para a Alemanha, cheio de "o que tiver de vir que venha." Mas a vida é sempre, sempre, sempre uma caixinha de surpresas.

E se esse cara solteiro, 20 e poucos anos, encontrasse justamente onde não quisesse encontrar o amor da sua vida? E não um amor alemão, o que soa ainda mais doido. Um amor que atravessou um oceano para ir ao seu encontro, um amor que só foi possível na Alemanha, naquele exato momento. A Alemanha, portanto, como ponto de encontro de duas almas que foram (mal-)separadas na descida à Terra.

Um cara solteiro, 20 e poucos anos, que se depare com essa situação, não pode se sentir frustrado. Tem que ir ao encontro do destino, que é uma caixinha de surpresas também. O destino é cheio de imprevistos, está sempre aprontando das dele. Alguns desses imprevistos soam como coincidências maravilhosas.

Se uma coisa assim for colocada à sua frente, vá até ela e a beije, beije muito, tão apaixonadamente quanto puder. Sem medo do amor! Como eu mesmo fiz.



(continua...)

domingo, 1 de março de 2009

Que orgulho! Welcher Stolz!

Entrou hoje no ar minha mais recente reportagem. Ela é cheia de primeiras vezes, cheia de desafios que tive de enfrentar para fazê-la, e por isso estou muito feliz com o resultado.

Primeiro, foi minha estréia como correspondente internacional. Fui à cidade de Karlsruhe, na Alemanha, a pedido do Itaú Cultural, para visitar uma instituição mundialmente reconhecida que trabalha com arte eletrônica e arte contemporânea. Vencer o medo da responsasibilidade já foi difícil. Vencer o medo de ter de entrevistar em alemão, mais ainda. Mas deu certo e consegui essa primeira vez também: entrevistar em outro idioma. E, pior, entrevistar sobre arte contemporânea!

Bem, o texto começa assim:

"Um lugar para as velhas novas mídias

Na Alemanha, o instituto ZKM propõe soluções para a conservação de obras de arte contemporânea e eletrônica

Quando o visitante chega ao balcão para pedir informações, uma luz circular o encontra. Vai-se para o lado, a luz vai junto. Não há como fugir dela. O visitante foi pego. Logo, uma voz fala. As pessoas ao redor não estão prestando atenção. Sim, só ele a ouve."


(...)

[leia até o fim]