Foi assim que um dia, por acaso, fiquei sabendo duma história no mínimo inusitada: que uma professora licenciada em informática estava traduzindo o BrOffice (versão brasileira e aberta do Word) para a língua dos índios.
Considero esse um achado. Mesmo. Porque essa professora não divulga seu trabalho. Porque sequer seus colegas mais próximos sabiam disso. Eles reagiam surpresos quando eu contava: "O quê? A Gilmara está traduzindo um software pro guarani???"
Claro que desse estopim inicial que foi a ideia da pauta até a versão final, que acaba de ser publicada (veja abaixo), houve muita apuração, pesquisa de novas fontes, entrevistas conseguidas a fórceps e tudo que costuma pertencer à rotina jornalista. Mas esse imenso trabalho só foi possível por causa da conversa que tive por acaso com a Gilmara, num dia em que dividimos um táxi para voltar da Associação Cairuçu (onde ministrei uma oficina de quadrinhos) até a cidade de Paraty. É por isso que dedico essa reportagem a ela.
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"Aldeia Global
Em Paraty Mirim, RJ, localizada a cerca de meia hora de Paraty (a cidade da FLIP), uma comunidade indígena vive as primeiras experiências de conexão com a internet.
por Augusto Paim
Choveu bastante entre os dias 7 e 8 de julho, o final de semana da Festa Literária Internacional de Paraty, e por isso os ônibus que iam para Paraty Mirim tiveram que permanecer na garagem da empresa. Em momentos como esse, bastante comuns, a aldeia fica isolada, e a comunicação só pode ser feita pelos telefones celulares e, recentemente, pela internet."
[continue lendo].
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