Está no ar uma de minhas últimas reportagens, uma que deu trabalho especialmente grande. Foram várias entrevistas, duas em inglês, cheias de dados, comentários e informações pra unir num texto que não ficasse cansativo de ler. Espero que o resultado tenha escondido esse trabalho todo:
O fim de um movimento que não pára
A literatura cyberpunk nasceu e morreu como gênero literário. No Brasil, a chamada tupinipunk pode até ter morrido também, mas segue ativa
Ela está por aí, apesar de já não mais existir. Está na trilogia do filme Matrix, está na moda, na cultura como um todo. Deixou de ser contracultura para ser assimilada sem restrições. "Quando a perseguição fracassa na tentativa de esmagar uma contracultura ativa, a cultura dominante tende a assimilá-la", diz o crítico cultural norte-americano Ken Goffman, em seu livro Contracultura Através dos Tempos (Editora Ediouro, 2007).
A literatura cyberpunk nasceu quebrando regras, mas segue o que diz Goffman: está disseminada em formas culturais hegemônicas, misturada com o que veio depois, como ela mesma fez com os gêneros que a antecederam. Difícil precisar os limites de quando ela surgiu nesse mundo sem gêneros, cheio de mixagens e criações recombinantes. "Há toda uma rede de referências culturais ou contraculturais da qual o cyberpunk é apenas a ponta mais ostensivamente tecnológica", diz o jornalista e escritor Alex Antunes.
O gênero floresceu durante as décadas 1980 e 1990, graças a autores como Pat Cadigan, Paul di Filippo, Tom Maddox, James Patrick Kelly, Bruce Sterling, Lewis Shiner e John Shirley, entre outros. Eles foram gradativamente modificando estilos, de modo que hoje é praticamente impossível falar em uma "obra cyberpunk" em si, mas, sim, em "influências cyberpunk".
Mas é possível estabelecer um ponto X em meio ao turbilhão. E esse ponto é o romance Neuromancer (Editora Aleph, 2009).
Para ler o resto, cutuque aqui!
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