O texto abaixo, escrito por mim, foi postado no portal CulturaNews como um complemento à reportagem sobre novas narrativas.
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Na reportagem de capa da edição de fevereiro, você viu que as inovações propostas pelas novas tecnologias ou mesmo pela literatura eletrônica têm seus precursores no papel. Um bom exemplo disso é a obra "Cent Mille Milliards de Poèmes", do francês Raymond Queneau. Trata-se de um livro com dez sonetos, todos eles com o mesma métrica e o mesmo sistema de rimas. Até aí, nada demais. A diferença é que Queneau construiu cada verso de tal forma que todos eles podem ser trocados de lugares. Ou seja, cada leitor monta seu próprio poema em cada ato de leitura.
O funcionamento da obra pode ser visto na prática nesta versão interativa, publicada no site da Universidade Mannheim. Para cada verso, há dez opções, que você mesmo pode escolher. Caso você queira que o poema seja obra do acaso, vale consultar esta outra versão. Você passa o mouse por cima dos versos, e eles começam a se alternar como se fossem uma roleta. Tirando o mouse, a roleta cessa de girar. Nasce um novo poema.
Todos esses exemplos, no entanto, são apenas versões para internet de uma obra que já atravessou quase cinco décadas. Publicado em 1961, o livro de Queneau tem, originalmente, esta aparência.
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