sexta-feira, 11 de maio de 2012

Psicose

Ontem estive na plateia de um evento em que falava o professor Oswaldo Lopes Jr., um aficionado por cinema, quadrinhos, literatura e fotografia. Em suma, por tudo que há!

A fala dele girou em torno de adaptações de uma obra para diferentes linguagens. Reproduzo aqui um trecho que me parece exemplar. O professor falava de Psicose, filme de Hitchcock que é baseado num romance de Robert Bloch, que é baseado numa história real ocorrida nos Estados Unidos.

Esta é a cena clássica do filme de Hitchcock, de 1960:



Impactante ainda hoje!

Pois o professor Lopes trouxe o livro de Bloch. Fiz questão de copiar um trecho. Veja a mesma cena como ficou em prosa:

"Mary giggled again, then executed an amateurish bump and grind, tossed her image a kiss and received one in return. After that she stepped into the shower stall. The water was hot, and she had to add a mixture from the COLD faucet. Finally she turned both faucets on full force and let the warmth gush over her.

The roar was deafening, and the room was beginning to steam up.

That's why she didn't hear the door open, or note the sound of footsteps. And at first, when the shower curtains parted, the steam obscured the face.

Then she did see it there -- just a face, peering through the curtains, hanging in midair like a mask. A head-scarf concealed the hair and the glassy eyes stared inhumanly, but it wasn't a mask, it couldn't be. The skin had been powdered dead-white and two hectic spots of rouge centered on the cheekbones. It wasn't a mask. It was the face of a crazy old woman. 

Mary started to scream, and then the curtains parted further and a hand appeared, holding a butcher knife. It was the knife that, a moment later, cut off her scream.

And her head."

Assim, subitamente, termina o capítulo. Que dizer...? A prosa é tão impactante, tão bem feita quanto o filme. Dá para entender de onde Hitchcock retirou elementos para fazer a cena que se tornou um clássico da história do cinema.

***

Em tempo. Se é para citar Robert Bloch como musa de Hitchcock, não posso esquecer de também mencionar Ed Gein, o homem que inspirou tudo isso.

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