Na sexta-feira, 15 de agosto, Iládio e Benedito chegaram da excursão. Eu, Christine e Saboor, que já havia recebido alta do hospital, fomos buscá-los no ônibus. De início, Iládio e Benedito nem deram bola para mim. Depois, também não. Eu era o terceiro Aupair da família, nenhuma novidade.
Fomos para casa, e lá havia uma surpresa: a comemoração do aniversário de Benedito. O aniversário na verdade tinha sido dia 8, mas como eles não estavam em casa, Christine adiou a festa. O importante era não passar em branco.
Benedito ganhou uma bicicleta nova e algumas roupas. Eu dei um par de havaianas para cada um dos meninos. Acho que foi nesse momento que passei a existir dentro de casa. Eheheheh.
Fomos todos passear de bicicleta. Saboor, que por sete meses vai permanecer com um imobilizador na perna e por isso não pode andar, foi num carrinho atado na bicicleta da Christine. Passamos no local onde a nova casa vai ser construída e, depois de muitas voltas, fizemos uma pausa na casa dos avôs dos meninos. A foto em que estou sozinho na bicicleta foi tirada por Benedito.
Sábado de tarde, fui com Iládio e Benedito na piscina. Eu fiz natação por cinco anos, sei nadar razoavelmente bem, mas a Christine pediu para a moça que cuida das crianças na piscina me aplicar um teste. Em resumo: nadar crawl, peito e costas; nadar carregando um outro menino, simulando uma situação de afogamento; nadar 50m sem parar; pegar um objeto no fundo da piscina; e pular do trampolim. Bem, passei no teste, mas fiquei imprestável na meia hora seguinte, de tão cansado. É, os anos estão começando a pesar… Ehehehe.
À noite, a Christine me disse que todos iriam no teatro e me perguntou se eu queria ir junto. Pensei: não vou entender nada… em todo caso, gosto de teatro. Era uma peça infantil, mas igual! Decidi ir. Qual foi minha surpresa ao chegar lá e ver a envergadura da coisa. Tratava-se de um teatro para, chutando, umas duas mil pessoas, encravado no meio da floresta. Isso mesmo, no meio da floresta! O cenário foi montado entre as árvores, e os atores interpretavam na terra mesmo. Só o público ficava protegido por uma abóbada. A peça era sobre uma das histórias da personagem Pipi Lange Strümpfe (Pipi Meias Compridas), muito conhecida por aqui. Não entendi quase nada, mas gostei.
Dias depois, passei por outro teste na Alemanha: praticamente uma nova prova de auto-escola. Tenho a minha carteira desde agosto de 2005 e possuo a licença internacional para dirigir. Há, porém, diferenças no trânsito de cada país, e a Christine colocou um professor de auto-escola para andar comigo. Acho que ficamos mais ou menos duas horas rodando para lá e para cá, aprendendo a entender as placas indicando a velocidade permitida em cada via, des-automatizando o gesto de não parar quando vemos uma bicicleta (aqui são elas que têm preferência em quase todas as ruas) e treinando entradas e saídas em vias expressas. Esse ultimo treinamento é mais importante: na Alemanha existem vias (Autobahn) em que se pode andar até a 200km/h, então é necessário saber bem como funciona. Passei nesse teste e pude pegar o carro da família algums vezes depois disso.
Na quinta-feira seguinte à chegada de Iládio e Benedito, começaram as aulas. Para Saboor, porém, o primeiro dia foi só no sábado, seu primeiro dia na escola. Aqui faz-se uma festa para receber as crianças, e eu pude acompanhar dessa vez. Os pequenos ganham um presente e são recebidas com música. É curioso: o primeiro na escola, que geralmente é traumático, aqui passa normalmente. Ninguém chora.
Até agora, contei como foi a viagem do Brasil até aqui, os dois dias em Amsterdam, os primeiros dias na Alemanha e a primeira semana com a família completa. A partir dos próximos posts, não preciso mais contar na ordem. Vou registrar aqui impressões e comentários conforme me ocorrem.
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2 comentários:
Que venham as impressões! Elas contam muito.
Um bom fim de semana (ontem nevou no RGS, e não foi na serra; Santa Maria fez 5º à tarde; hoje continua muito frio e chuvoso).
Abraço.
Não tira essa camisa do corpo, vamos sair campeões aqui!
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