domingo, 28 de setembro de 2008

Eu, um pop star em Haselünne

Não tem coisa melhor do que sair no jornal. Você anda na rua e as pessoas te olham, então você estufa o peito, orgulhoso. Pode ser que elas não tenham lido a matéria e nem saibam quem você é, mas não importa. É o seu dia!

Pois hoje aconteceu isso comigo. Saiu uma matéria sobre mim, escrita pelo jornalista Manfred Fickers, no jornal Meppener Tagespost.



É que há um programa para pessoas que querem arriscar a vida fazendo testes com equipamentos perigosos. Normalmente, os testes são feitos por estrangeiros, porque a vida deles não vale muito aqui. Topei participar e estou aí na foto, bonito, voando pelo céu.

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Bem, a verdade agora. Saí no meio do jornal, na seção Locais.


Como sei que a maior parte dos meus amigos e familiares não entende alemão, traduzo a matéria. Diz assim:

Mulheres fora de si por causa de brasileiro

Jornalista não perdoa e pega todas na Alemanha

Loiro, baixo, bonito e sensual, o jornalista Augusto Machado Paim não veio do Brasil para perder tempo. Desde que chegou em Haselünne, tem passado o rodo nas mais lindas divas do nosso país. "No Brasil eu não tinha todo esse mel, aqui me sinto em casa", diz. O jovem é um frisson entre as mulheres da cidade, que gritam histéricas, como se ele fosse um John Travolta das antigas. Com muito bom-humor, ele topou fazer esta foto, imitando o famoso passo de dança do filme Embalos de Sábado à Noite.

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Ok, ok, brincadeira. O texto verdadeiro é este:

Um pouco de futebol arte do Brasil

Jogar futebol é fácil para brasileiro

Augusto Machado Paim, jornalista, 22 anos, é o verdadeiro craque. Não é à toa que veio do Brasil. Semana passada, por exemplo, em um dos treinos, fez dois gols e deu um passe de letra que deixou o companheiro de time sozinho contra o goleiro adversário. O infeliz, porém, não é brasileiro e chutou para fora. "É necessário e oportuno dizer que nem todos os homens no Brasil tem o dom do futebol. Seja sorte na evolução do tronco familiar, seja inspiração divina, tenho que agradecer por poder mostrar aqui toda minha habilidade", diz Augusto, que surpreende também no discurso, tão diferente do bê-a-bá de sempre das entrevistas futebolísticas. Especialistas no esporte dizem que se o jovem tivesse investido na carreira de jogador ele poderia ser melhor que Diego, ídolo do time do Bremmen, ou mesmo disputar com Ronaldinho Gaúcho a bola de ouro da Fifa. A disputa seria acirrada e justa, pois os dois nasceram na mesma cidade.

***

Tá bom, dessa vez não minto mais.Traduzo o texto, aumentando um pouco aqui, reduzindo um pouco ali, em função da tradução. Qualquer erro é desculpado por se tratar de uma reportagem em alemão. E ah, sim, o jornalista também me entrevistou em alemão, diga-se de passagem, então as informações não são beeeem precisas. Em todo caso, me senti refletido na matéria, o principal sobre mim está ali. Algumas observações e correções ponho como notas ao fim do texto. Bem, lá vai:

Idéias de Emsland (1) para o Brasil 

Jornalista faz comparações

Não só para aprender alemão veio para Haselünne o brasileiro Augusto Machado Paim, que participa do programa de Aupair e fica aqui por um ano. O jornalista quer fazer comparações entre os dois países para o webjornal de um instituto cultural (2).

Ele tem 22 anos, concluiu a faculdade no ano passado, trabalhou depois para um instituto cultural em São Paulo (3), cidade de milhões de habitantes, e estudou alemão dois anos e meio no Goethe-Institut de lá (4). “Muitas pessoas no sul do Brasil têm ascendência alemã“, diz Machado Paim. Ele é natural do estado do Rio Grande do Sul, fronteira com a Argentina.

O foco do seu trabalho é a cultura, mas no jornal na internet outros campos são trabalhados, como a vida social. Machado Paim se propôs a pesquisar esses temas em Emslamd a partir do próximo mês e então dar sua contribuição.

Lixo e pobreza

Um dos temas é a economia do lixo. No Brasil existem mais depósitos de resíduos e pessoas que assustadoramente fazem seu sustento a partir deles. O jornalista tem observado nosso sistema altamente técnico, que evita ao máximo a poluição ao meio ambiente. Existem muitas perguntas que ele procura resposta. Sua meta é apresentar para discussão no Brasil essas soluções que existem em Emsland.

Outro tema é a pobreza. Em função de um trabalho, Machado Paim esteve apurando em favelas no Rio de Janeiro (5). A família com quem ele mora em Haselünne tem dois irmãos que tal como foram adotados de uma favela (6). Aqui o jornalista aprende como funciona uma adoção internacional no Brasil e na Alemanha.

Uma grande diferença o jornalista já notou. “No Brasill, os problemas sociais são vistos na maior parte da população.“ A rede de trabalho pública e estatal, que ajuda pessoas em situação de calamidade na Alemanha, impressiona-o. Por quê, porém, também no nosso país existem pessoas pobres, é uma outra pergunta, que ele quer descobrir a resposta.

Legenda da foto: Augusto mostra sua terra natal no mapa-múndi (7).

Notas:
(1) região da Alemanha onde circula o jornal.
(2) o Manfred se refere ao site da revista Continuum, do Itaú Cultural, para o qual faço alguns trabalhos, e ao FIZ TV, webtv da Abril, de cujo programa de jornalismo chamado Fiz + Sotaques participo com jornalistas de outros estados. Acho que ele misturou os dois projetos numa coisa só.
(3) novamente uma citação ao Itaú Cultural, para o qual faço freelas de vez em quando, sem vínculo empregatício. Quer dizer, nunca morei em São Paulo.
(4) estudei no Goethe de Porto Alegre.
(5) posei uma noite no complexo de favelas da Maré e passei uma tarde no morro do Vidigal, em setembro de 2007.
(6) Iládio e Benedito viviam num abrigo em Fortaleza. A mãe biológica mora num favela. Em breve conto melhor a história da família com quem estou aqui em Haselünne.
(7) a legenda especifica ainda onde fica esse grande mapa-múndi, mas isso é difícil de explicar e pouco importante de saber. Basta dizer que estão construindo um parque de diversões no local.

***

Última observação: relendo a matéria traduzida, vi que ela parece ser escrita por um alemão falando português. Pois eu, um brasileiro traduzindo do alemão, produzo o mesmo efeito, se traduzo palavra por palavra. Daí que optei por adaptar algumas partes do texto a como ele seria escrito se o autor fosse brasileiro. Claro que muitos sentidos se perdem, principalmente porque eu não tenho domínio pleno do idioma e não entendo tudo. Em todo caso, traduzir acarreta nesse monte de questões mesmo, não importa o idioma.

8 comentários:

Gustavo H. Hennemann disse...

No segundo textinho, juro que achei que era verdade até um pedaço... hehe. Cara, que legal isso, agora tu alavanca a carreira de galã aí na cidade. E tem bolicho aí, Augusto? Tem algum companheiro pra sair?
Sigo acompanhando teus relatos,
abraçaõ.

Marcelo Cordeiro disse...

velho,

que massa

muito bom!!!!!!!!!!!!!!!!!

Sabia que um dia você iria ficar famoso.

And the time is comming!!!!

abraço

Leonardo disse...

Dae tche,

Parabéns pelo status heheh

Da matéria, eu entendi que o cara achou que tu foi pra Alemanha com altos planos de fazer uma análise científica comparativa sobre a realidade cultural alemã e brasileira. Talvez seja a seriedade alemã, que entende que tu só pode ter ido pro país deles estudar algo. Ou talvez seja o tipo de texto (ou a tua tradução hehe) que deu a entender.

De qualquer maneira, parabéns! Ficará mais fácil agora que a primeira notícia que tu colocou se aproxime da realidade...heheh

abraço!

Unknown disse...

Nem terminei de ler os dois textos!!!!! É óbvio que não era verdade!rsrsrssrs
Quando tinha 12 anos, aproximadamente, no início dos seus cuidados com o cabelo, meu irmão mais arrumava o cabelo durante o jogo, do que praticava o futebol!!!
Ah, sobre mulheres eu não sei. Vocês é que têm que me dizer! Mas, pela genética...olha o tamanho do nariz!rsrsrsrsrs

Brincadeiras à parte, parabéns!!!!

obs: que conversa mais maluca que vocês tiveram. Queria estar no momento para ver e dar risada!

Carla Arend disse...

Quando o Betinho disse que tinha se "mijado" rindo eu não acreditei que fosse tanto. Pois sim, hahaha, eu ri muito muito muito também.

Augusto, que feliz que eu to, sentindo que tu tá muito faceiro por aí!


Beijão!

facesdarte.blogspot.com disse...

Eu gostei mais do teu texto que da jornalista hehe

Li pros meus pais como se fossem verdade e minha mãe dizia: "Não acredito, nao acredito, mas eles escrevem assim no jornal da Europa? O Augusto deve estar fazendo mesmo muito sucesso para eles porem assim no jornal"

Mas que famoso, hein, agora sim o primeiro relato vai virar verdade! a mulherada vai cair em cima!

E aquela parte: "No Brasil existem mais depósitos de resíduos e pessoas que assustadoramente fazem seu sustento a partir deles. " Que fuerte!! É assustador mesmo!

Beijo Augustravolta, estamos saudosos

Unknown disse...

Como tds os outros, ri mt nas 2 matérias fakes! Augustravolta... hehehehehheheh

avenged7 disse...

Augusto!!! Aqui é Vinícius, su da Bahia (Itabuna), e estou na casa da Christine também xD
tenho 16 anos, vou ficar um ano aqui estudando no St. Ursula Gymnasium
me adiciona no msn ou me passa um email p gente conversar e p vc me dar dica da família xD
vinicius_kruch@hotmail.com
abracao